Narrativas de crianças em classe hospitalar: jogar, interagir e estudar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14244/reveduc.v18i1.6938

Palavras-chave:

Ludicidade, Classe hospitalar, Narrativas infantis, Escola

Resumo

Resulta de uma pesquisa concluída que abordou a classe hospitalar com crianças e aspectos da ludicidade e da vida escolar. Com o objetivo de evidenciar narrativas de crianças em tratamento de saúde sobre suas experiências em relação ao lúdico: brincar, jogar, divertir-se, aprender. Teve aporte teórico em autores como Paulo Freire e Brougère. Utilizou de abordagem exploratória, descritiva e analítica, em perspectiva qualitativa. Realizada por meio de entrevistas em forma de narrativas orais com crianças em uma classe hospitalar, teve suporte ainda de jogos para produção de entrevistas semiestruturadas. Baseou-se também em temas geradores que dispararam anúncios para o desenvolvimento das entrevistas e que expressaram relatos sobre experiências lúdicas de vida cotidiana na infância, incluindo a escola, os amigos e a classe no hospital. As narrativas foram filmadas e transcritas na íntegra, organizadas por meio de Análise de Conteúdo. Foi destaque o estudar, o aprender, a ludicidade (jogar/brincar), o interagir em contexto de classe hospitalar como formas de viver as rotinas infantis durante o adoecimento. O estudo evidenciou ainda que essas crianças conseguiram expressar sua condição de sujeito participante em vivência de classe hospitalar e as autoras convidam para reflexões sobre a relevância de uma prática humanizadora em ambientes de classes hospitalares, assim como a necessária produção de estudos sobre aspectos lúdicos e didáticos nesse contexto.

Métricas

Visualizações em PDF
28
Dec 10 '24Dec 13 '24Dec 16 '24Dec 19 '24Dec 22 '24Dec 25 '24Dec 28 '24Dec 31 '24Jan 01 '25Jan 04 '25Jan 07 '2510
|

Biografia do Autor

Ana Maria Lino, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos - SP, Brasil

Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos. Pedagoga pela Pontifícia Universidade Católica de São Paula. Professora e gestora aposentada na rede Municipal de Educação em Santos e Cubatão (SP). 

Aline Sommerhalder, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos - SP, Brasil

Doutora em Educação Escolar.  Pós-doutora pela UniMore- Università degli studi di Modena e Reggio Emilia (UniMore, sede de Reggio Emilia/Itália).  Pós-doutora pela Università Degli Studi Roma Tre (UniRoma Tre - Roma/ Itália).  Docente Associada 3 e Pesquisadora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE - UFSCar, campus de São Carlos/SP/Brasil, na Linha de Pesquisa: Educação Escolar: teorias e práticas. Diretora do Cfei  - Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância. Pedagoga.

Andressa de Oliveira Martins, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos - SP, Brasil

Doutora e Mestre em Educação pela  Universidade Federal de São Carlos. Pedagoga pela Universidade Federal de São Carlos. Pedagoga e Professora de educação básica do SESI /São Paulo/Brasil.

Referências

AFONSO, Maria Lucia Miranda; ABADE, Flavia Lemos. Jogos para pensar: educação em direitos humanos e formação para cidadania. Belo Horizonte: Autêntica e Ouro Preto, MG: Universidade Federal de Ouro Preto, 2013.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 4. ed. Lisboa: Edições 70, 2007. p. 61 – 67.

BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sara. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto, 1994.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Aprender o amor: sobre um afeto que se aprende a viver. Campinas: Papirus, 2014. E-book.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Brasília, DF: MEC, SEESP, 2002. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2017.

BRASLAVSKY, Cecília. Una función para la escuela: formar sujeitos activos en la construcción de su identidad y de la identidad nacional. In: FILMUS, Daniel (Org.). Para qué sirve la escuela. 2. ed. Buenos Aires: Tesis, 1993.

BROUGÈRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, vol.24, n. 2, p. 103 – 116, jul. 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-25551998000200007 . Acesso em: 25 ago. 2017.

CECCIM, Ricardo Burg. Criança hospitalizada: atenção integral como escuta à vida. In: CECCIM, Ricardo Burg; CARVALHO, Paulo Antonacci (Org.). Criança hospitalizada: atenção integral como escuta à vida. Porto Alegre: Universidade/UFRGS, 1997. p. 27– 41.

CRUZ, Silvia Helena Vieira. Ouvir crianças: uma tarefa complexa e necessária. In: SOUZA, Marilene Proença Rebello de Souza (Org.). Ouvindo crianças na escola: abordagens qualitativas e desafios metodológicos para a psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. P.11 -19.

FONSECA, Eneida Simões. Estudar não dói: a escola em ambiente hospitalar. In: FONSECA, Eneida Simões. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. 2. ed. São Paulo: Memnon, 2008. p. 12- 28.

FONSECA, Eneida Simões. O lúdico no desenvolvimento e na aprendizagem da criança hospitalizada. In: PÉREZ-RAMOS, Aidyl M. Queiroz; OLIVEIRA, Vera Barros de (Org.) Brincar é saúde: o lúdico como estratégia preventiva. Rio de Janeiro: Wak, 2010. p. 203-224.

FONSECA, Adriana de Castro; FARIA, Eliete do Carmo Garcia Verbena e. Práticas corporais infantis e currículo: Ludicidade e ação no cotidiano escolar. In: ARROYO, Miguel Gonzáles; SILVA, Maurício Roberto da (Org.). Corpo- Infância: exercícios tensos de ser criança; por outra pedagogia dos corpos. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 280-300.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.

FREIRE, Paulo. Ensinar é uma especificidade humana. In: FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 56 – 92.

FRIEDMANN, Adriana. Linguagens e culturas infantis. São Paulo: Cortez, 2013.

GONÇALVES, Adriana Garcia; MANZINI, Eduardo José. Classe hospitalar: poesia, texto e contexto de crianças e adolescentes hospitalizados. Marília: ABPEE, 2011.

HUIZINGA, Johan. Natureza e significado do jogo como fenômeno cultural. In: HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2012. p. 3 – 31.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Brinquedos e Brincadeiras na educação infantil. In: I Seminário Nacional: Currículo em movimento. Perspectivas atuais, 2010, Belo Horizonte. Anais ... Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010. v. 1. p. 1-20. Disponível em: http://ambientedetestes2.tempsite.ws/ciencia-para-educacao/publicacao/kishimoto-t-m-brinquedos-e-brincadeiras-na-educacao-infantil-in-i-seminario-nacional-curriculo-em-movimento-perspectivas-atuais-2010-belo-horizonte-anais-do-i-seminario-nacional-curriculo/. Acesso em: 19 mar. 2018.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.

OHARA, Conceição; BORBA, Regina Issuzu Hirooka de; CARNEIRO, Ieda Aparecida. Classe hospitalar: direito da criança ou dever da instituição? Rev. Soc. Bras. Enfermagem e Pediatria. São Paulo, v.8, n.2, p.91-99, dez.2008. Disponível em: http://sobep.org.br/revista/images/stories/pdf-revista/vol8-n2/v.8_n.2-art5.refl-classe-hospitalar-direito-da-crianca-ou-dever-da-instituicao.pdf. Acesso em: 25 mar.2016.

PASSEGGI, Maria da Conceição; ROCHA, Simone. Maria da. A pesquisa educacional com crianças: um estudo a partir de suas narrativas sobre o acolhimento em ambiente hospitalar. Revista Educação em Questão, Natal, v. 44, n. 30, p. 36-61, set. /dez., 2012. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao/article/download/4080/3347. Acesso em 26 abr. 2017.

PERRONE, Sonia Regina de Carvalho. Bicicleta- brincadeira que faz bem. 2012.Disponível em: http://www.revistabicicleta.com.br/bicicleta.php?Bicicleta_-_Brincadeira_que_faz_bem&id=491. Acesso em: 3 nov. 2018.

PIAGET, Jean; INHELDER, Bärbel. As operações concretas do pensamento e as relações interindividuais. In: PIAGET, Jean; INHELDER, Bärbel. A psicologia da criança. 3. ed. São Paulo: Difel, 1974. p. 80 -110.

PIORSKI, Gandhy. Introdução. In: PIORSKI, Gandhy. Brinquedos do chão: a natureza, o imaginário e o brincar. São Paulo: Peirópolis, 2016. p. 19 – 35.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho Científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: FEEVALE, 2013. Disponível em: http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-boFiz alterações%20Metodologia%20do %20Trabalho%20 Cientifico.pdf. Acesso em: 13 maio 2017.

ROCHA, Eloisa Acires Candal. Porque ouvir as crianças? Algumas questões para o debate científico multidisciplinar. In: CRUZ, Silvia Helena Vieira (Org.) A criança fala: a escuta de crianças em pesquisa. São Paulo: Cortez Editora. 2008. p.43 – 51.

ROCHA, Simone Maria da. Narrativas infantis: o que nos contam as crianças de suas experiências no hospital e na classe hospitalar. 2012. 163 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal – RN. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1939325. Acesso em: 24 mar. 2017.

SILVA, Juliana Pereira da; BARBOSA, Silvia Neli Falcão; KRAMER, Sônia. Questões teórico-metodológicas da pesquisa com crianças. Perspectiva, Florianópolis, v.23, n.01, p.41-64, jan./jul. 2005. Disponível em: <http://www.ced.ufsc.br/nucleos/nup/perspectiva.html> , Acesso em: 13 maio 2017.

SOARES, Vilmabel. Práticas Pedagógicas vivenciais: exercícios para trabalhar valores, atitudes, afetividade. Petrópolis: Vozes, 2010.

SOMMERHALDER, Aline; ALVES, Fernando Donizete. Jogo e a educação na infância: muito prazer em aprender. 1.ed. Curitiba, PR: Editora CRV, 2011.

SOMMERHALDER, Aline; ALVES, Fernando Donizete. Formação lúdica de professoras: a voz das participantes em uma atividade de extensão universitária a distância. Quaestio: Revista de Estudos de Educação, v. 16, n.1. p. 105-121, 2014. Disponível em: https://periodicos.uniso.br/quaestio/article/view/1956. Acesso em: 13 nov. 2024.

SOUZA, Solange Jobim; CASTRO, Lúcia Rabello. Pesquisando com crianças: subjetividade infantil, dialogismo e gênero discursivo. In: CRUZ, Silvia Helena Vieira (Org.) A criança fala: a escuta de crianças em pesquisa. São Paulo: Cortez, 2008. p.52 - 78.

VIGOTSKI, Liev Semionovitch. Desenvolvimento psicológico na infância. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Downloads

Publicado

09.12.2024

Como Citar

LINO, Ana Maria; SOMMERHALDER, Aline; MARTINS, Andressa de Oliveira. Narrativas de crianças em classe hospitalar: jogar, interagir e estudar. Revista Eletrônica de Educação, [S. l.], v. 18, n. 1, p. e6938224, 2024. DOI: 10.14244/reveduc.v18i1.6938. Disponível em: https://reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/6938. Acesso em: 2 jan. 2025.

Edição

Seção

Dossiê: A educação de crianças em contextos escolares: estudos de uma rede de colaboração científica Brasil e Europa
##plugins.generic.dates.received## 2024-12-09
##plugins.generic.dates.published## 2024-12-09

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.