A pedagogização da pandemia em planos de aula da Nova Escola: quais docências? Quais saberes? Que estudantes?
DOI :
https://doi.org/10.14244/reveduc.v18i1.6829Mots-clés :
Pedagogização, Pandemia, Docência, Ensino FundamentalRésumé
Inspirada nas premissas da análise do discurso foucaultiana, este artigo objetiva dar visibilidade ao processo de pedagogização da pandemia em planos de aula da Nova Escola, evidenciando o biopoder e a biopolítica em operação e suas implicações para a docência, os saberes e os estudantes. Pedagogização entendida, sobretudo, como a ação de descontextualizar, remodelar, reconceitualizar e recontextualizar os saberes, a partir das regras do discurso que os enuncia. A materialidade investigativa se apoiou em nove planos de aula direcionados aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, voltados ao entendimento de microrganismos e vacinas. Os resultados apontam que a pedagogização da pandemia se assenta em um discurso biopolítico, que aciona tecnologias de autocuidado e de cuidado para a manutenção da vida e da força produtiva. Reforçando o imperativo biopolítico de gerenciamento da vida, os planos direcionam esforços educativos ao ensino de práticas e saberes capazes de promover o "fazer viver", em meio a mecanismos reguladores da população, que objetivam a normalização dos comportamentos. Em meio à sincronização entre docência e demandas sociais; à centralidade dos estudantes nas práticas pedagógicas, à co-participação e co-aprendizagem de familiares e comunidade escolar, nota-se um saber-fazer pedagógico gestado para atender a uma urgência social histórica. Diante disso, o que se destaca é a conformação da Pandemia da COVID-19 à estrutura do logos pedagógico, por meio de técnicas e de procedimentos de conversão do conhecimento, articulados a jogos de poder-saber que intencionam a produção de determinados modos de ser sujeitos alinhados aos tempos de excepcionalidade.
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© Viviane Castro Camozzato, Patrícia Ignácio, Mariangela Momo 2024
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