Fazer filosófico no ensino médio: sentidos e desafios
DOI :
https://doi.org/10.14244/198271992685Mots-clés :
Ensino da filosofia, Ensino médio, Sentidos, Desafios.Résumé
Este artigo se insere no âmbito das pesquisas sobre os fundamentos e práticas educacionais e se relaciona com o desenvolvimento de uma pesquisa de mestrado realizada em Uberaba, Minas Gerais. Neste texto, propomos contextualizar e caracterizar os sentidos e os desafios apontados pelos professores de filosofia ao ensino desta disciplina em nível médio. Pautamo-nos em perspectiva qualitativa, tendo em conta o emprego de questionário misto para a produção de dados (GIL, 2010) e a opção pela técnica da análise temática de conteúdo (BARDIN, 2010). Nosso referencial teórico encontra sustentação no entretecimento das ideias de Deleuze (1992, 2006), Deleuze e Guattari (1995, 1997a, 1997b, 2005), Nietzsche (2003) e Foucault (1987, 2006, 2007). Os sentidos e os desafios atribuídos pelos professores pesquisados evidenciam um cenário de complexidade: se de um lado os limites impostos pelos diferentes aspectos burocráticos do sistema de ensino e a desvalorização da filosofia como disciplina do pensamento expõem a fragilidade do fazer filosófico no ensino médio; por outro lado, os aspectos que se circunstanciam entre a filosofia e o seu ensino exprimem as condições de um fazer provocativo das rupturas e dos movimentos capazes de enunciar, no interior do próprio pensamento, o cultivo da crítica, da autonomia e da criatividade.
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