Os efeitos das práticas formativas das mulheres em privação de liberdade

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.14244/198271994726

Mots-clés :

Práticas formativas, Mulheres em privação de liberdade. Prisionização.

Résumé

Este artigo é resultante de uma pesquisa que analisou as práticas formativas das mulheres em privação de liberdade e das em situação de egressas do sistema prisional de Minas Gerais. No entanto, serão abordadas aqui especificamente as práticas das mulheres em cumprimento de pena. A pesquisa de campo foi realizada em duas unidades prisionais femininas, uma de gestão pública, o Complexo Penitenciário Feminino e outra administrada pela Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC). Nessas unidades foram aplicados 37 questionários e realizadas 10 entrevistas com as mulheres em cumprimento de pena privativa de liberdade. Observou-se que as participantes da pesquisa atribuíram, de forma geral, efeitos que consideram positivos às suas práticas formativas. Elas se referiram à remição de parte do tempo de execução da pena, à ocupação, remuneração pelo trabalho, socialização, bem como às oportunidades e expectativas de futuro. Foi possível perceber ainda que os efeitos dessas práticas estão relacionados aos próprios efeitos da prisionização, sendo que os primeiros são mobilizados para, em alguma medida, minimizar os últimos. Evidencia-se a importância que as práticas formativas têm para as mulheres em privação de liberdade e indica-se que a oferta dessas deve ser ampliada e aprimorada num processo necessariamente simultâneo.

Métriques

Chargements des métriques ...

Bibliographies de l'auteur

Yara Elizabeth Alves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Mestra em Educação e Pedagoga pela Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutoranda no Programa de Pós-graduação: Conhecimento e Inclusão Social (FaE/UFMG). Pesquisadora do Observatório Nacional do Sistema Prisional (ONASP).

Fernando Selmar Rocha Fidalgo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Professor Titular do Departamento de Administração Escolar (DAE/FaE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Mestre em Educação pela UFMG e Pedagogo pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Références

BONI, Valdete; QUARESMA, Silvia Jurema Leone. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Em Tese, Florianópolis, v. 3, p. 68-80, 2005.

BRASIL. Presidência da República. Lei n.º 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Brasília, DF, 13 jul. 1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/-L7210.htm. Acesso em: 04 mar. 2020.

BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 05 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 11 jul. 2020.

BRASIL. Presidência da República. Lei n.º 12.433, de 29 de junho de 2011. Altera a Lei n.º 7.210 de 11 de julho de 1984. Dispõe sobre a remição da pena por estudo. Brasília, DF, 29 jun. 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12433.htm. Acesso em: 04 mar. 2020.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - 336. Brasília, DF, 13 abr. 2015. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/geral/verPdfPaginado.asp?id=8045389&tipo=TP&descricao=%2F336. Acesso em: 12 jul. 2020.

CHIES, Luiz Antônio Bogo. A capitalização do tempo social na prisão: a remição no contexto das lutas de temporalização na pena privativa de liberdade. 2006. 292f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Recomendação n.º 44, de 26 de novembro de 2013. Dispõe sobre atividades educacionais complementares para fins de remição da pena pelo estudo e estabelece critérios para a admissão pela leitura. Brasília, DF, 2013. Disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/portaria-44-cnj.pdf. Acesso em: 03 jul. 2020.

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL. Nota Técnica n.º 1/2020/DEPEN. Revista Brasileira de Execução Penal - RBEP, v. 1, n. 1, p. 309-330, 13 fev. 2020. Disponível em: https://rbepdepen.mj.gov.br/index.php/RBEP/article/view/175. Acesso em: 03 jul. 2020.

GOIFMAN, Kiko. Valetes em slow motion – a morte do tempo na prisão: imagens e textos. Campinas: Unicamp, 1998.

HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na Sociologia. 5.ed. Petrópolis: Vozes, 1997.

JULIÃO, Elionaldo Fernandes. O impacto da educação e do trabalho como programas de reinserção social na política de execução penal do Rio de Janeiro. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro , v. 15, n. 45,p. 529-543, dez. 2010 .

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782010000300010&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 12 jul. 2020.

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Tradução de Heloísa Monteiro e Francisco Settineri. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

LEMGRUBER, Julita. Cemitério dos vivos: análise sociológica de uma prisão de mulheres. 2.ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1999.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Tradução de Rubens Enderle, Nélio Schneider, Luciano Cavini Martorano. São Paulo: Boitempo, 2007.

MASSARO, Camila Marcondes. Trabalho em tempos de crise: a superexploração do trabalho penal nos Centros de Ressocialização Femininos do estado de São Paulo. 2014. 368 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, São Paulo, 2014.

MELOSSI, Dario; PAVARINI, Massimo. Cárcere e fábrica: as origens do sistema penitenciário (séculos XVI - XIX). Tradução Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Revan: ICC, 2006.

MINAS GERAIS. Decreto n.º 46.220, de 16 de abril de 2013. Estabelece normas e procedimentos para o trabalho dos presos no Estado. Belo Horizonte, MG, 16 abr. 2013. Disponível em: https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?tipo=DEC&num=46220&ano=2013. Acesso em: 11 jul. 2020.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

ONOFRE, Elenice Maria Cammarosano. Reflexões em torno da educação escolar em espaços de privação de liberdade. In: YAMAMOTO, Aline et al. CEREJA Discute: educação em prisões. São Paulo: Alfasol: CEREJA, 2010. p. 109-

Disponível em: http://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/cereja/cereja_discute_educacao_em_prisoes.pdf. Acesso em: 2 jul. 2020.

ONOFRE, Elenice Maria Cammarosano. O papel da escola na prisão: saberes e experiências de alunos e professores. Childhood & Philosophy, v. 7, p. 219-238, 2011. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/childhood/article/download/20571/14897. Acesso em: 11 jul. 2020.

ONOFRE, Elenice Maria Cammarosano; JULIAO, Elionaldo Fernandes. A educação na prisão como política pública: entre desafios e tarefas. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 1, p. 51-69, jan./mar. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2175-62362013000100005&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 11 jul. 2020.

OTTOBONI, Mário. Testemunhos de minha vida e a vida de meus testemunhos. São José dos Campos: Netebooks, 2012.

RIBEIRO, Ludmila Mendonça Lopes. Análise da política penitenciária feminina de Minas Gerais: o caso da Penitenciária Industrial Estevão Pinto. 2003. 161f. Dissertação (Mestrado em Administração Pública) – Escola do Governo Fundação João Pinheiro, 2003.

RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e estrutura social. Tradução de Gizlene Neder. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2004.

SILVA, Fabio Lobosco. Sobre um novo conceito de prisionização: o fenômeno da assimilação prisional de acordo com a realidade prisional brasileira. 2016. 269 f. Tese (Direito Político e Econômico) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.

THOMPSON, Augusto. A questão penitenciária. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

Téléchargements

Publiée

2021-03-24

Comment citer

ALVES, Yara Elizabeth; FIDALGO, Fernando Selmar Rocha. Os efeitos das práticas formativas das mulheres em privação de liberdade. Revista Eletrônica de Educação, [S. l.], v. 15, p. e4726027, 2021. DOI: 10.14244/198271994726. Disponível em: https://reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/4726. Acesso em: 22 déc. 2024.

Numéro

Rubrique

Dossiê Educação em prisões: experiências educativas, formação de professores e de agentes socioeducativos
##plugins.generic.dates.received## 2022-04-30
##plugins.generic.dates.accepted## 2021-02-07
##plugins.generic.dates.published## 2021-03-24

Articles similaires

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 > >> 

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée de similarité pour cet article.