Relação com o saber, tempos de escola e temporalidades de vida
DOI :
https://doi.org/10.14244/reveduc.v18i1.6914Mots-clés :
Relação com o saber, Tempo integral, Tempo escolar, Escola em tempo integralRésumé
Este artigo se insere no debate sobre a educação integral, em tempo integral, no Brasil, e se propõe a refletir sobre tempos os de escola e as temporalidades de vida com as lentes teóricas da relação com o saber, na proposição feita por Bernard Charlot. Subsidia essas reflexões o material empírico produzido por meio de entrevistas com estudantes do 9º ano do ensino fundamental, da Escola em Tempo Integral (ETI) de Governador Valadares (GV), Minas Gerais. Analisa-se, assim, o tempo cronológico e as tensões que se estabelecem a partir dos sentidos do aprender e do modo como estudantes vivenciam a experiência singular do tempo. Os resultados problematizam o tempo modular de 50 minutos, seu uso para atividades como a cópia, e expõem desencontros entre tempos de aprendizagem e normatividade dos componentes curriculares. Afirma-se a importância de se compreender a pluralidade de tempos presente na expressão tempo integral, e conclui-se pela defesa da ampliação da jornada escolar, em retração, no cenário brasileiro, a partir do ano de 2016. Espera-se com as discussões apresentadas neste texto, contribuir para o fortalecimento da educação integral, em tempo integral, que se estabelece como uma das prioridades do Ministério da Educação a partir do ano de 2023.
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