Educação para as pessoas privadas de liberdade: percepções de uma experiência no Maciço de Baturité-CE
DOI:
https://doi.org/10.14244/198271994727Palabras clave:
Educação de Jovens e Adultos, Educação na prisão, Diversidade.Resumen
Considerando a educação como um direito do qual emergem inúmeras possibilidades de transformação dos sujeitos, o trabalho objetiva compreender o papel da Educação de Jovens e Adultos no contexto carcerário a partir das perspectivas e percepções de educadores e educandos em uma experiência situada no contexto da Região do Maciço de Baturité-Ceará-Brasil. De abordagem qualitativa, o artigo resulta de uma investigação de mestrado do tipo estudo de caso, com trajetória metodológica fundamentada na realização de entrevistas para obtenção dos dados. A pesquisa contou com a colaboração de três docentes que atuam na educação em prisão e quatro educandos privados de liberdade, em cadeias localizadas nos municípios de Capistrano, Pacoti e Ocara, no ano de 2018. Os dados analisados revelam que a finalidade da EJA nos cárceres ajuda os detentos a pensarem em si mesmos para além da condição de privados de liberdade, permitindo a construção de novos saberes que materializam as funções reparadora, equalizadora e qualificadora desta modalidade de ensino, também na diversidade do meio prisional. Para tanto, a valorização dos avanços de aprendizagem foi apontada como essencial, pois proporciona novos olhares dos educandos para si mesmos e para as perspectivas de melhoria da qualidade de vida. O processo formativo supre a ociosidade no contexto carcerário e estimula o avanço nos estudos. Considerando os desafios presentes nesta modalidade de ensino, registra-se a necessidade de valorização dos professores, tanto por meio de oferta de formações adequadas ao campo de atuação, como também melhores condições de trabalho e salários dignos.
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