A política de alfabetização do governo Bolsonaro: reducionismos e colonialidade

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DOI:

https://doi.org/10.14244/198271995007

Schlagworte:

Alfabetização, Política, Colonialidade.

Abstract

Este artigo discute a Política Nacional de Alfabetização do Governo Bolsonaro (PNA) com o objetivo de compreender seus antecedentes e os princípios teórico-metodológicos que a subjazem, a partir da análise do relatório Alfabetização Infantil – novos caminhos, produzido pela Câmara dos Deputados e do texto da PNA no site do MEC. Lançamos mão da análise documental inspirados nos estudos sobre a colonialidade e nas contribuições de Paulo Freire. Os resultados indicam uma ruptura com toda a produção científica sobre a alfabetização já realizada no país. Tal proposta faz uma transposição dos modelos de alfabetização dos Estados Unidos e da Inglaterra e baseia-se numa concepção de alfabetização ultrapassada, fundamentada em pesquisas experimentalistas de cunho positivista que reduzem a escrita à relação fonema-grafema. Uma política de alfabetização para o Brasil precisa considerar a imensa desigualdade no acesso à cultura escrita. Precisa levar em conta o conhecimento acumulado pelos docentes no trabalho com a alfabetização, a desigualdade nas condições materiais das escolas, as formas particulares de usos da escrita na sociedade a depender da condição socioeconômica, da geografia, do gênero, do nível de escolaridade das famílias, da raça, dentre outras. Defendemos uma atitude de descolonização epistêmica, de reconhecimento dos conhecimentos e epistemologias produzidas a partir do sul-global como uma forma de resistência à lógica imperialista-colonialista que se concretiza nas políticas públicas para a educação do governo que se encerra este ano, dispendeu um grande volume de recursos públicos sem consequências positivas para a educação e a alfabetização.

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Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo, Universidade Federal de São João del-rei

Professora Titular do Departamento de Ciências da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutora em Educação. Coordenadora do GPEALE (Grupo de Pesquisa em Alfabetização, Linguagem e Colonialidade). Pesquisadora Produtividade do CNPq.

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Veröffentlicht

2023-04-11

Zitationsvorschlag

MACEDO, M. do S. A. N. . A política de alfabetização do governo Bolsonaro: reducionismos e colonialidade. Revista Eletrônica de Educação, [S. l.], v. 17, p. e5007012, 2023. DOI: 10.14244/198271995007. Disponível em: https://reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/5007. Acesso em: 24 nov. 2024.

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Dossiê Formação de professores alfabetizadores: políticas, saberes e práticas
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