Cultura da leitura e escrita em práticas mídia-educativas nas escolas municipais do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.14244/198271993830Palavras-chave:
Práticas mídia-educativas, Cultura do impresso, Educação básica, Políticas públicas.Resumo
Em 2015, a Gerência de Mídia e Educação/SME-RJ, o Instituto Desiderata e o Grupo de Pesquisa em Educação e Mídia da PUC-Rio realizaram uma pesquisa quantitativa sobre práticas mídia-educativas, que contou com participação de 911 escolas da rede municipal e apontou a baixa recorrência de produção de mídias digitais e audiovisuais nas escolas. Alguns números dos questionários respondidos chamam a atenção: 90,6% das escolas assinalaram “assistir a filmes/vídeos” com frequência, enquanto 53,7% apontaram nunca ter produzido vídeos com os alunos. Os resultados indicam estar consolidadas nessas escolas práticas mídia-educativas que têm por base a produção de materiais ligados à cultura da leitura e escrita, como livros, fanzines e jornais. A partir desses dados, este artigo tem por objetivo estruturar argumentos para a compreensão desse cenário, com foco na análise comparativa entre políticas públicas de promoção da leitura e de práticas mídia-educativas, a fim de levantar questões sobre o papel das mídias digitais na cultura escolar, levando em conta que os estudantes atuam nas redes virtuais, compartilhando opiniões e produzindo conteúdos. Cultura escolar, mídia-educação, literacia digital são os conceitos que permitem o adensamento do debate sobre esse tema. A pesquisa conclui que as práticas mídia-educativas latentes no cotidiano dessas escolas ocorrem por meio de ações isoladas de professores e coletivos, e argumenta sobre a necessidade de uma articulação institucional sistematizada e prolongada para que a aprendizagem escolar se enriqueça com o potencial representado pelo uso das mídias digitais e audiovisuais na contemporaneidade.
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