Um encontro de pedagogias contra-hegemônicas na experiência de educação de adultos da UFSCar (1980)
DOI:
https://doi.org/10.14244/reveduc.v18i1.6367Palabras clave:
Educação de adultos, Pedagogia Libertadora, Pedagogia Histórico-Crítica, UFSCar.Resumen
O presente estudo investigou uma proposta de educação de adultos desenvolvida pela UFSCar no período da redemocratização do Brasil e teve como objetivo analisar o desenvolvimento das ações educativas no âmbito das duas teorias educacionais contra-hegemônicas presentes na estruturação do programa de educação de adultos: a Pedagogia Libertadora e a Pedagogia Histórico-Crítica. O estudo busca uma aproximação com o materialismo histórico dialético e se estabelece no plano da memória, tendo os dados levantados através de entrevistas e análises de documentos. A experiência de educação de adultos realizada na UFSCar configurou-se num duplo objetivo, que envolvia a apropriação da cultura letrada pelos educandos, alinhada à dimensão política do educar na perspectiva de transformações mais profundas dos indivíduos e das relações sociais de exploração e dominação, em meio às lutas pela redemocratização do Brasil na década de 1980. Enquanto proposta contra-hegemônica propulsora de transformação, a experiência de educação de adultos da UFSCar contribuiu e, continua a colaborar, com o cumprimento da função social da universidade, com a promoção da formação dos educadores que atuaram na proposta, com a produção científica, através das pesquisas que se desdobraram do trabalho pioneiro da UFSCar e, essencialmente, com a transformação dos educandos e da sociedade. O trabalho congregando, inicialmente a Pedagogia Libertadora e, depois, a Pedagogia Histórico- Crítica, a despeito de qualquer divergência entre essas duas teorias, buscou a transformação da sociedade opressora, operando na perspectiva da superação da sociedade do capital, socializando os conhecimentos científicos em sua forma mais desenvolvida, como propõe a Pedagogia Histórico-Crítica.
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