"Meu twitter, minhas regras”: as pautas de costumes na educação bolsonarista
DOI:
https://doi.org/10.14244/198271994568Palavras-chave:
Bolsonarismo, Educação, Redes Sociais, Moralidade.Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar como as pautas de costumes estiveram presentes em um dos espaços oficiais, o twitter do ex-Ministro da Educação Abraham Weintraub, que esteve à frente do Ministério da Educação, entre abril de 2019 e junho de 2020. Para tanto, nós nos dedicamos a examinar os discursos publicados nas postagens – chamadas de tuítes, nessa rede social – que identificamos como referentes a pautas de costumes, ligadas à moralidade, tendo especificidade de se relacionarem a alguma ação do MEC ou não. Como resultado dessa análise, encontramos processos comuns ao bolsonarismo, como a deslegitimação do conhecimento, em especial das Ciências Humanas e Artes, as teorias alarmistas sobre balbúrdia nas Universidades, a inversão acusatória contra opositores e marcas de rancor expressas em apropriações discursivas advindas das redes sociais, como a trollagem e a lacração. A atuação do ex-dirigente expõe como essa comunicabilidade com a massa de apoio bolsonarista o colocou num papel de vice-liderança e, ao mesmo tempo, impactou as ações do Ministério, o qual balizou suas decisões em pautas morais.
Métricas
Referências
ALMEIDA, Ronaldo de. Conservadorismo, evangelismo e a crise brasileira. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v.38, n.1, p. 185-213, jan.-abr. 2019.
AVELAR, Idelber. O bolsonarismo e o Partido dos Trolls. Revista Cult. São Paulo, n.258, jun. 2020, s/p. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/o-bolsonarismo-e-o-partido-dos-trolls/ . Acesso em 10 jun.2020.
BARRETO, Kri?cia Helena. Os memes e as interac?o?es sociais na internet: Uma interface entre pra?ticas rituais e estudos de face. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Letras. Programa de Po?s-Graduac?a?o em Lingui?stica, 2015. 147 fls.
BARROS, Ronaldo Crispim Sena. Bolsonaro: o racismo fora do armário. In: AZEVEDO, José Sergio Gabrielli de; POCHMANN, Sérgio (Orgs.). Brasil: incertezas e insubmissão? São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2019, p. 421-439.
CESARINO; Letícia. Identidade e representação no bolsonarismo: corpo digital do rei, bivalência conservadorismo-neoliberalismo e pessoa fractal. Rev. Antropol., São Paulo, v. 62 n. 3, p. 530-557, 2019.
FERNANDES, Florestan. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. Volume I. Ensaio de Interpretação Sociológica. 5. ed. São Paulo: Globo, 2008.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso: aula inaugural no Colle?ge de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 15. ed. São Paulo: Loyola, 2007.
GOMES, Carla; SORJ, Bila. Corpo, geração e identidade: a Marcha das vadias no Brasil. Soc. estado., Brasília , v. 29, n. 2, p. 433-447, Ago. 2014.
GUIMARÃES, Rafael. Moquecar (n)a pandemia. Pandemia Crítica, n-1 edições, n. 11, maio 2020. Disponível em: https://n-1edicoes.org/071. Acesso em 10 jul 2020.
JUNQUEIRA, Rogério Diniz. A invenção da “ideologia de gênero”: a emergência de um cenário político-discursivo e a elaboração de uma retórica reacionária antigênero. Psicologia Política, São Paulo, v. 18, n. 43, p. 449-502, set.-dez. 2018.
LIONÇO, Tatiana. Feminista, demoníaca, professora, psicóloga, inimiga pública. In: GUIMARÃES, Rafael Siqueira de et. al. (Orgs.). Gênero e Cultura: perspectivas formativas, vol. 3. Itapetininga: Hipótese, 2019, p. 79-97.
MUNANGA, Kabenguele. Algumas considerações sobre “raça”, ação afirmativa e identidade negra no Brasil: fundamentos antropológicos. Revista USP, São Paulo, n.68, p. 46-57, dezembro/fevereiro 2005-2006.
REIS, Daniel Aarão. Notas para a compreensão do bolsonarismo. Estudos Ibero-Americanos, Porto Alegre, v. 46, n. 1, p. 1-11, jan.-abr. 2020.
RIBEIRO, Guilherme. Entre armas e púlpitos: a micropolítica do bolsonarismo. Revista Continentes (UFRRJ), Rio de Janeiro, ano 9, n. 16, p.463-485, 2020.
ROMANCINI, Richard. “vamos tirar a Educação do Vermelho”: o Escola Sem Partido nas redes digitais. E-compós, Brasília, v.21, n.1, p. 1-28, jan.-abr. 2018.
SILVA, Emanuel Freitas da. Os direitos humanos no “bolsonarismo”: “descriminalização de bandidos” e “punição de policiais”. Conhecer: Debate entre o Público e o Privado, Fortaleza, n. 22, p.133-153, 2019.
SILVA SOBRINHO, Helson Flávio da; OLIVEIRA, Ana Paula Santos de; SANTOS, Simone Natividade. Os ataques à Universidade e a defesa da educação: trajetórias de sentidos em diferentes posições-sujeitos. Crítica Cultural, Palhoça, v. 14, n. 2, p. 193-208, jul.-dez. 2019.
SOLANO, Esther. Crise da democracia e extremismos de direita. Análise, São Paulo, n.42, 2018, p. 1-29.
VALIM, Patrícia; FERNANDES, Felipe Bruno Martins. “Quanto mais purpurina melhor”: questões de gênero e sexualidade no Brasil do governo Bolsonaro. In: AZEVEDO, José Sergio Gabrielli de; POCHMANN, Sérgio (Orgs.). Brasil: incertezas e insubmissão? São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2019, p. 401-420.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Licença CC-BY-NC
(Atribuição Não Comercial)
Essa licença permite, exceto onde está identificado, que o usuário final remixe, adapte e crie a partir do seu trabalho para fins não comerciais, sob a condição de atribuir o devido crédito e da forma especificada pelo autor ou licenciante.
##plugins.generic.dates.accepted## 2022-05-13
##plugins.generic.dates.published## 2020-10-29