O isolamento docente e seus condicionantes no início da docência em ciências
DOI:
https://doi.org/10.14244/198271994241Palavras-chave:
Início da docência, Inserção profissional, Isolamento docente, Professores iniciantes de ciências.Resumo
Este trabalho direciona o olhar para o início da docência em ciências e mais especificamente para a questão do isolamento docente, trazido como um dos principais problemas enfrentados no período de inserção profissional. A partir de breve aporte teórico sobre o tema, fundamentado em autores que discutem a questão da formação, da cultura profissional e do trabalho docentes, e do contato com a perspectiva de professoras iniciantes de ciências de Florianópolis sobre o tema por meio da realização de entrevistas narrativo-reflexivas, buscou-se identificar quais são os principais condicionantes do isolamento destes sujeitos. Os condicionantes identificados se relacionam a compreensões sobre a docência e à trajetória formativa (história de vida, opção pela docência, formação profissional), a condições de trabalho (mais ou menos imediatas, mas bastante vinculadas à condição de substituto nas escolas), a relações interpessoais na escola (a importância da equipe pedagógica, as dificuldades nas relações com colegas, a motivação proporcionada pelo contato com estudantes) e aos modos de funcionamento da escola (se estimulam o isolamento ou a colaboração). A cultura escolar foi identificada como fio que conecta estes condicionantes, evidenciando que a mudança escolar necessária, que possibilite a humanização dos sujeitos, passa pela superação do choque cultural no início da docência, o que demanda da formação inicial, da escola, das redes de ensino e de políticas públicas articulações para uma maior aproximação com a realidade profissional, colocando em diálogo conhecimentos que sustentam práticas pedagógicas coerentes.
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