O conceito de formação na pesquisa (auto)biográfica: a complexidade como paradigma emergente e o método (auto)biográfico como síntese
DOI:
https://doi.org/10.14244/198271993129Palavras-chave:
Método (auto)biográfico, Formação humana, Complexidade.Resumo
Neste artigo, propõe-se a reflexão sobre os fundamentos da pesquisa (auto)biográfica e as suas possíveis contribuições à formação humana. Como ponto de partida, reivindica-se a revisão do paradigma dominante em nome de outra compreensão de sujeito da educação. A discussão encaminha-se ao reconhecimento da complexidade, anteriormente negada, como elemento intrínseco à vida humana. Logo, a pesquisa (auto)biográfica não pode prescindir da noção de sujeito imerso na complexidade que acompanha a temporalidade e a historicidade do gênero humano. Em termos metodológicos, trata-se de um ensaio teórico que busca revigorar as perenes discussões conceituais, desde o campo dos fundamentos da educação, oferecendo movimentos e reflexões sobre a pesquisa (auto)biográfica imersa em questões epistemológicas do campo em tese. Com isto, amplia o horizonte compreensivo sobre a existencialidade do sujeito, ser de múltiplas lateralidades: físico, sensível, de emoções, ações, afetividades, atenção consciente, cognição e imaginação. E apresenta, por fim, o Método (auto)biográfico como síntese de um conceito de Formação.
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