Vivendo “em relação ao saber”. Por que as mulheres adoram escolas?
DOI:
https://doi.org/10.14244/reveduc.v18i1.6908Palavras-chave:
Gênero, Relação com o Saber, Desempenho EscolarResumo
Desde o século XIX, quando a modernização dos Estados levou à instalação de sistemas educacionais baseados na igualdade de acesso e no universalismo, as mulheres não pararam de ingressar e avançar nos diferentes níveis de escolaridade. O último grande processo de incorporação de mulheres começou no início do século XX, com o ingresso de mulheres nas universidades. Cem anos depois, as mulheres constituem a maioria dos estudantes universitários e graduados em todo o mundo. O objetivo deste trabalho é interpretar e explicar a atração que a instituição escolar exerce sobre as mulheres, maior do que sobre os homens. Para isso, será descrito numericamente o acesso e a conquista da educação feminina em algumas regiões do mundo e serão fornecidas evidências empíricas a partir de pesquisas de campo. Essas informações serão lidas e interpretadas por meio das contribuições teóricas da "Relação com o conhecimento", formuladas por Bernard Charlot, e outras contribuições já levantadas pelo autor no passado. Conclui enfatizando o potencial da escola como provedora de recursos que permite renegociar a construção de identidades violadas pelo pertencimento a uma estrutura social discriminatória. Para isso, destaca-se a importância daquilo que caracteriza a especificidade da escola, como o saber, e como as mulheres, mais do que os homens, estabelecem uma visão de vida orientada por uma relação com esse saber.
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