Estereótipos e discriminação étnico-racial em e através dos livros ilustrados infanto-juvenis (Tradução)
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https://doi.org/10.14244/198271991228Résumé
DOI: http://dx.doi.org/10.14244/198271991228
A integração no direito francês da diretiva europeia 2000-43 de 29/6/2000 para a igualdade de tratamento entre as pessoas sem distinção de raça ou de origem étnica e o reconhecimento oficial da questão das discriminações raciais (EUROSTAT, 2007; FASSIN, 2010; MASCLET, 2012) levou os órgãos públicos a desenvolverem ações em torno da luta contra os preconceitos e os estereótipos raciais, e promover a educação para a diversidade (DIM, 2012). Este trabalho inscreve-se no campo das pesquisas em educação sobre as discriminações na educação das crianças desde a mais tenra idade (DERMAN-SPARKS, 1989; VANDENBROECK, 2005). Ele examina os livros infanto-juvenis ilustrados bem como o discurso dos profissionais relacionados a essas obras. Ele surge na sequência de dois estudos (FRANCIS; THIERY, 2011; THIERY; FRANCIS, 2013) que permitiram constatar o pequeno número de livros de ficção publicados entre 1980 e 2010, nos quais o personagem principal é uma criança negra. Os livros nos quais as crianças negras vivem situações pacíficas e até mesmo felizes da experiência infantil são raros e, em sua grande maioria, elas aparecem em situações que tratam da diferença, da tolerância, da identidade, da exclusão, do racismo (THIERY; FRANCIS, 2015). O estudo propõe uma análise de algumas obras emblemáticas e dos comentários que as acompanham, produzidos pelas instituições do livro e da leitura, bibliotecários, conselheiros pedagógicos e professores, sobretudo da escola maternal. Nos livros de ficção, os personagens de crianças negras estão associados de maneira recorrente a temas, topônimos, objetos. As representações dos corpos, notadamente de sua nudez total ou parcial, e as do espaço aparecem em uma gama ao mesmo tempo limitada e delimitada por motivos literários, estéticos e plásticos. Os temas e referências que se encontram de um livro a outro e nos comentários evidenciam os efeitos da estereotipia, os preconceitos e ressaltam a discriminação étnico-racial. Os resultados convidam a questionar a ilusão de indiferenciação das representações das crianças brancas e das crianças negras na produção contemporânea dos livros de ficção e mostra a importância de estudar, além das obras, as vozes que as acompanham, pois elas podem – ou não – influenciar sua leitura e, sobretudo, sua crítica.
Palavras-chave: Criança negra, Educação antirracista, Livros infanto-juvenis ilustrados.
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