Sociedade Multitela e a Semiformação: um desafio ético de grande monta
DOI:
https://doi.org/10.14244/198271993753Palavras-chave:
Semiformação, Tecnologia, Ética, Teoria Crítica.Resumo
O substrato teórico, nesse texto, é refletir, urdidos pelos fundamentos da Teoria Crítica da Sociedade, acerca da semiformação (Halbbildung) na “sociedade multitela”, mediada pelas novas tecnologias. De modo particular, analisar sobre o processo formativo em meio ao cenário atual, marcado pela massificação da técnica e pelo embrutecimento do pensar crítico, afastando o pensamento crítico no que tange a formação humana e ética. A formação cultural ou a experiência formativa tem se conformado aos marcos do capitalismo tardio e do progresso técnico, que, de fato, são comandados pela racionalidade tecnológica, favorecendo, desse modo, o florescimento da semiformação. A metodologia, de cunho bibliográfico, ancora nossa reflexão em M. Horkheimer e T. W. Adorno, pensadores da primeira geração da Escola de Frankfurt, e de leituras secundárias. O foco de nossa pesquisa centra-se nas novas tecnologias desta “sociedade multitela”, que facilmente se entrega à tutela da razão instrumental e descamba na semiformação. Como resultado, uma possível saída está na formação e numa cultura (Bildung) capaz de uma autorreflexão crítica sobre a semiformação em que se converteu. O desafio ético posto é a necessidade da reflexão teórico-prática enquanto tomada de posição humana contra esse estado de barbárie, em favor do próprio ser humano, autônomo, livre, sujeito.
Métricas
Referências
ADORNO, T. W. Mínima Moralia. Tradução de Luiz Eduardo Bicca. São Paulo: Ática, 1992a.
ADORNO, T. W. Quatro textos básicos. Org. e trad. de Newton Ramos-de-Oliveira. Textos de circulação interna. Araraquara: UNESP; São Carlos: UFSCar, 1992b.
ADORNO, T. Educação e emancipação. Trad. Wolfgang Leo Maar. São Paulo: Paz e Terra, 1995.
ADORNO, T. W. Teoria da semiformação. Tradução de Newton Ramos-de-Oliveira. São Carlos: Grupo de Estudos e Pesquisa Teoria Crítica e Educação, 2003, inédito.
ADORNO, T. W; HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Tradução: Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
AGOSTINI, N. Ética: Raiz do Humano, Coração da Sociedade. Atualidade Teológica, PUC-Rio, v. 11, n. 26, p. 217-234, maio/ago. 2007.
AGOSTINI, N.; SILVA, L. B. O.; SILVEIRA, C. R. Educação e ética: O desafio de formar sujeitos éticos. II Congreso latinoamericano por la paz. Memorias – Grupos de Trabajo. Lima: Centro de Investigación Jurídica Essentia Iuris, 2017. p. 199-212.
BERNARDO, J. A complexa arquitectura da futilidade. In: TAVARES, R. H.; GOMES, S. S (Orgs.). Sociedade, educação e redes: desafios à formação crítica. Araraquara, SP: Junqueira & Marin, 2014. pp. 57-77.
FANTIN, M.; GIRARDELLO, G. (Orgs.). Liga, roda, clica: Estudos em mídia, cultura e infância. 1. reimp. Campinas: Papirus, 2012. pp. 41-56.
FREIRE, P. Conscientização. Teoria e prática da libertação. Uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Centauro, 2008.
HORKHEIMER, M. Eclipse da razão. Tradução de Sebastião Uchoa Leite. São Paulo: Centauro, 2002.
KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo B. Moosburger. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Coleção os pensadores)
MARCUSE, H. Razão e Revolução: Hegel e o advento da Teoria Social. 4 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
PRADO, M. E. B. B. O uso do computador na formação do professor: um enfoque reflexivo da prática pedagógica. Brasília: MEC/PROINFO, 1999 (Coleção Informática para mudança na Educação). Disponível em:<http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Vianna.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2019.
PUCCI, B. A escola e a semiformação mediada pelas novas tecnologias. In: PUCCI, B.; ALMEIDA, J. de; LASTÓRIA, L. A. C. N. (Orgs.). Experiência formativa e educação. São Paulo: Nankin, 2009. pp. 69-79.
PUCCI, B.; ZUIN, A. A. S.; LASTÓRIA, L. A. C. N. (Orgs.). Teoria crítica e inconformismo: novas perspectivas de pesquisa. Campinas, SP: Autores Associados, 2010 (Coleção Educação Contemporânea).
RAMOS-DE-OLIVEIRA, N. Para não imobilizar o conceito de indústria cultural. In: VAIDERGORN, J.; BERTONI, L. M. (Orgs.). Indústria Cultural e Educação: ensaios, pesquisas, formação. Araraquara, SP: JM, 2003. pp. 115-121.
RODRIGUES, N. Educação: Da formação humana à construção do sujeito ético. Educação & Sociedade, Campinas, v. 22, n. 76, pp. 232-257, 2001.
TÜRCKE, C. Sociedade excitada: filosofia da sensação. Campinas, SP: Unicamp, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Licença CC-BY-NC
(Atribuição Não Comercial)
Essa licença permite, exceto onde está identificado, que o usuário final remixe, adapte e crie a partir do seu trabalho para fins não comerciais, sob a condição de atribuir o devido crédito e da forma especificada pelo autor ou licenciante.
##plugins.generic.dates.accepted## 2020-01-20
##plugins.generic.dates.published## 2020-03-03