As crianças e a cidade: pontos de vista e práticas sociais/culturais (Children and the city: points of view and social/cultural practices)
DOI:
https://doi.org/10.14244/198271992475Resumo
Abstract
This article aims to socialize the results of a qualitative research on the relations between children and the city where they live, highlighting their points of view and their participation in local cultural groups. The subjects were 07 children, aged between 08 and 12, who were interviewed in January and February 2017. Childhood was considered as a social construction, and children, as actors, living in peripheral social contexts in Recife (Brazil) and in the Historical Site of Olinda, and participants of Maracatu, Caboclinhos, Coco de Roda, etc. They pointed to the lack of play spaces, the lack of basic physical infrastructure in the place where they live, as well as urban violence. Their participation in cultural groups has varied in levels of engagement, being deeper in the “root” groups, in which they receive religious initiation, including “shaving their hair”, and pay homage to the eguns, spirit of the dead of people who belonged to the Terreiros. They learn to manage groups as family “business”, to dance, sing, use percussion instruments and make various crafts. In the workshops they establish intergenerational relationships, and with children living in other neighborhoods too. The cultural groups work together to build personal identities and reinforce the sense of belonging/social identities.
Resumo
Este artigo tem por propósito socializar resultados de uma pesquisa qualitativa sobre as relações entre as crianças e a cidade onde moram, destacando seus pontos de vista e suas participações nos grupos culturais locais. Os sujeitos foram 07 crianças, com idades compreendidas entre 08 e 12 anos, que foram submetidas a entrevistas, em janeiro e fevereiro de 2017. A infância foi considerada como uma construção social e as crianças, como atores, vivendo em contextos sociais periféricos do Recife (Brasil) e no Sítio Histórico de Olinda, e participantes de Maracatu, Caboclinhos, Coco de Roda, etc. Elas apontaram para a falta de espaços para brincar, a ausência de infraestrutura física básica no lugar onde moram, e também a violência urbana. A participação delas nos grupos culturais apresentou diversos níveis de engajamento, sendo eles mais profundos nos grupos de “raiz”, nos quais elas recebem iniciação religiosa, incluindo o “raspar os cabelos”, e prestam homenagens aos eguns, espírito dos mortos de pessoas que pertenceram aos Terreiros. Elas aprendem a gerenciar os grupos como “negócios” da família, a dançar, cantar, usar instrumentos de percussão e fazer artesanatos diversos. Nas oficinas estabelecem relações intergeracionais, e também com crianças moradoras de outros bairros. Os grupos culturais colaboram para a construção das identidades pessoais e reforçam o sentimento de pertencimento/identidades sociais.
Keywords: Children and cities, Learning, Social/cultural practices.
Palavras-chave: Crianças e cidades, Aprendizagens, Práticas sociais/culturais.
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