A representação do quintal como espace vécu na Literatura Infantil Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.14244/198271995307Palavras-chave:
cResumo
O presente texto tem por objetivo identificar a representação verbovisual do quintal como um espace vécu na produção literária brasileira para a infância. Com tal finalidade, são estabelecidos três pressupostos teóricos: sua constituição conceitual e histórico-espacial na arquitetura domiciliar brasileira; a representação da paisagem doméstica na literatura infantil brasileira e o quintal como espaço vivido na produção literária para a infância. Assim, são utilizados quatro livros baseados em dois critérios: a qualidade estético-literária e o quintal como instância espacial primordial para o desenvolvimento do enredo. São eles: Bem do seu tamanho, de Ana Maria Machado e ilustrações de Mariana Massarani (2003); O guarda-chuva do vovô, de Carolina Moreyra e ilustrações de Odilon Moraes (2008); Outra vez, de Angela Lago (1984) e Risada do Saci, de Regina Chamlian e ilustrações de Helena Alexandrino (1995). Observa-se que esses livros de literatura infantil, como produções culturais que são, transmitem representações socio-espaciais da vida e das relações interpessoais dos personagens concebidos pelos autores. Assim, percebe-se a conjunção de elementos espaciais comuns que circulam nas obras, sobretudo, nos aspectos da visualidade. As representações presentes nos livros literários para a infância descrevem os quintais como um espaço de interações com objetos domésticos, de relação com a cidade e um espaço brincante. Portanto, impera a construção de uma lógica transmissiva às crianças de uma espacialidade, na qual o quintal é um espaço atravessado por dispositivos identitários, simbólicos e culturais típicos da paisagem doméstica brasileira.
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