Teorização curricular e formação docente: uma aposta em grupos de pesquisa (Curricular theorization and teaching training: a bet on search groups)

Autores

  • William de Goes Ribeiro Universidade Federal Fluminense
  • Clarissa Bastos Craveiro UFF
  • Adriano Vargas Freitas UFF

DOI:

https://doi.org/10.14244/198271992864

Resumo

Looking for in this text to highlight the relevance of curricular theorization to think about teacher training processes and the meanings in dispute, considering studies carried out in our research groups. The work highlights a collective bet in the processes of escape, in the face of regulatory policies that, despite differences, increasingly center the issue of the curriculum from a culture of testing, which has subsumed education to teaching (learning). Defends curriculum as a meaning, a perspective that supports different formative processes, which seek to value "the school floor" in an active dynamic in which politics is constituted. In this sense, disagrees that the quality of education necessarily passes through curricular centralization, nor that it is a matter of guarantee. Curricular policies - which in their complexity have been analyzed by us - in a scenario of educational reforms, hybridize disputes that seek to silence teacher action and colonize practices, as well as suggest changes brought about by the different governments, which have been the focus of the discussions in the groups. The argument suggests that the senses are not the same, the contexts and the interpretations are different, which then challenges us to analyze politics in a non-statecentric way. In this sense, escape is always possible, even if conditions do not favor it.

Resumo
Procura-se neste texto destacar a relevância da teorização curricular para pensar os processos de formação docente e os sentidos em disputa, considerando estudos realizados em nossos grupos de pesquisa. O trabalho põe em relevo uma aposta coletiva nos processos de escape, frente às políticas regulatórias que, a despeito das diferenças, cada vez mais centralizam a questão do currículo a partir de uma cultura da testagem, a qual tem subsumido educação a ensino (aprendizagem). Defende-se, diferentemente, o currículo como significação, perspectiva esta que ampara distintos processos formativos, os quais buscam valorizar “o chão da escola” em uma dinâmica ativa na qual a política se constitui. Nesse sentido, discorda que a qualidade da educação passe necessariamente pela centralização curricular, tampouco de que se trata de uma questão de garantia. As políticas curriculares – que em sua complexidade têm sido analisada por nós - em um cenário de reformas educacionais, hibridizam disputas que buscam silenciar a ação docente e colonizar as práticas, bem como sugerem também mudanças provocadas pelos distintos governos, as quais têm ocupado a tônica das discussões nos grupos. A argumentação sugere que os sentidos não são os mesmos, distintos são os contextos e as interpretações, o que interpela a seguir analisando a política de uma maneira não estadocêntrica. Nesse sentido, o escape sempre é possível, ainda que as condições não favoreçam.

Keywords: Curriculum, Teacher training, Culture and education.
Palavras-chave: Currículo, Formação docente, Cultura e educação.

References

APPADURAI, Arjun. Dislocación y diferencia en la economía cultural global. In: ______. La modernidad desbordada. Dimensiones culturales de La globalización. Buenos Aires: FCE, 2001.

BALL, Stephen J. Educação Global S. A.: novas redes de políticas e o imaginário neoliberal. Tradução de Janete Bridon. Ponta Grossa: UEPG, 2014. 270 p.

BIESTA, Gert. Boa educação na era da mensuração. Trad. Teresa Dias Carneiro. Cadernos de Pesquisa, Campinas, v. 42, n. 147, p. 808- 825, set./dez. 2012.

BRASIL. Parecer 11/2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília: CEB, 2000.

BRASIL. Educação para Jovens e Adultos: Ensino Fundamental: Proposta Curricular -1º Segmento. São Paulo: Ação Educativa; Brasília: MEC, 2001.

BRASIL. Resolucao CNE/CP 1. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Brasilia: 2006.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.

CRAVEIRO, Clarissa Bastos. Políticas curriculares para a formação de professores: processos de identificação docente (1995-2010). 2014. Tese (Doutorado em Educação). UERJ, Rio de Janeiro, 2014.

CRAVEIRO, Clarissa Bastos. Corpus de Documentos Curriculares. Proped (UERJ), Rio de Janeiro. 1ª. ed., 2016. Fonte: www.curriculo-uerj.pro.br.

CRAVEIRO, Clarissa Bastos; LOPES, Alice Casimiro. Sentidos de docência nos projetos curriculares FHC e Lula. Revista e-Curriculum (PUCSP), v. 13, n.3, p. 418-451, 2015.

DERRIDA, Jacques. O monolinguismo do outro ou a prótese de origem. Trad. Fernanda Bernardo. Belo Horizonte (MG): Chão da Feira, 2016.

FRANGELLA, Rita de Cassia Prazeres. Na procura de um curso: currículo-formação de professores-educação infantil identidade(s) em (des) construção? 2006. Tese (Doutorado em educação) – UERJ, Rio de Janeiro, 2006.

HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 15-46, jul./dez. 1997.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Políticas educativas, Currículo e Didática. In: LIBÂNEO, José Carlos; ALVES, Nilda (orgs.). Temas de Pedagogia: diálogos entre didática e currículo. São Paulo: Cortez, 2012, p. 534- 551.

MACEDO, Elizabeth. Como a diferença passa do centro às margens nos currículos: o exemplo dos PCN. Educ. Soc., Campinas, vol. 30, n. 106, p. 87-109, jan./abr. 2009.

MACEDO, Elizabeth. Base Nacional Curricular Comum: novas formas de sociabilidade produzindo sentidos para educação. Revista E-Curriculum, São Paulo, v.2, n.3, p.1530-1555, out./dez., 2014. 

MACEDO, Elizabeth. Base Nacional Comum para currículos: direitos de aprendizagem e desenvolvimento para quem? Educ. Soc., Campinas, v. 36, nº. 133, p. 891-908, out.-dez. 2015.

MACEDO, Elizabeth. Base Nacional Curricular Comum: a falsa oposição entre conhecimento para fazer algo e conhecimento em si. Educação em Revista, Belo Horizonte, v.32, n.02, p. 45-67, abr./ jun., 2016.

MACEDO, Elizabeth. As demandas conservadoras do movimento escola sem partido e a base nacional curricular comum. Educ. Soc., Campinas, v. 38, nº. 139, p.507-524, abr.-jun., 2017.

MILLER, Janet. Teorização do currículo como antídoto contra/na cultura da testagem. Revista E-Curriculum, São Paulo, v.2, n.3, p.2043-2063, out./dez., 2014. 

PARAÍSO, Marlucy A. A ciranda do currículo como gênero, poder e resistência. Currículo sem Fronteiras, v. 16, n. 3, p. 388-415, set./ dez., 2016.

RIBEIRO, William de Goes. Remobilizando a pesquisa com o pós-estruturalismo: quando a diferença faz toda a diferença. Currículo sem Fronteiras, v. 16, n. 3, p. 542- 548, set./dez., 2016.

VIEIRA, Jarbas Santos; HYPOLITO, Álvaro Moreira. Políticas curriculares, estandardização do conhecimento e ressignificação da aprendizagem. In: TURA, Maria de Lourdes Rangel; GARCIA, Maria Manuela Alves (org.). Currículo, políticas e ação docente. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013, p. 127- 135.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

William de Goes Ribeiro, Universidade Federal Fluminense

Doutor e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Licenciado em Educação Física também pela UFRJ. É professor Adjunto da Universidade Federal Fluminense (departamento: DED; área: Pedagogia), instituição em que coordena o Núcleo de Estudos em Políticas Curriculares - NEPoC. Tem se envolvido com pesquisas no campo do do currículo em uma perspectiva discursiva, pós-colonial e pós-estrutural

Clarissa Bastos Craveiro, UFF

Professor da UFF. Doutor e Mestre em Educação pela Uerj. Pós-Doutorado na Uerj/ Proped no campo do currículo e de formação docente. Pedagoga formada pela USP. Coordenadora do Grupo de Pesquisas Curriculares. Pesquisa questões relacionadas a currículo, formação de professores, gestão e prática de ensino.

Adriano Vargas Freitas, UFF

Professor da UFF (graduação e pós-graduação). Doutor em Educação Matemática pela PUC- SP, Mestre em Educação pela UCP. Especialista em ensino de Matemática e graduado em Matemática pela UFRJ. Coordenador do Grupo de Pesquisa em Educação Matemática. Pesquisa questões relacionadas à Educação Matemática, formação docente e currículos direcionados à EJA.

Downloads

Publicado

10-05-2019

Como Citar

RIBEIRO, W. de G.; CRAVEIRO, C. B.; FREITAS, A. V. Teorização curricular e formação docente: uma aposta em grupos de pesquisa (Curricular theorization and teaching training: a bet on search groups). Revista Eletrônica de Educação, [S. l.], v. 13, n. 2, p. 588–599, 2019. DOI: 10.14244/198271992864. Disponível em: https://reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/2864. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Demanda Contínua - Artigos
##plugins.generic.dates.received## 2018-06-27
##plugins.generic.dates.accepted## 2018-11-29
##plugins.generic.dates.published## 2019-05-10