Da regeneração social ao direito biológico: um ponto de inflexão nas propostas educacionais de Fernando de Azevedo (From social regeneration to biological right: a turning point in the educational proposals of Fernando de Azevedo)
DOI:
https://doi.org/10.14244/198271992094Resumo
Abstract
In this paper we discuss changes in educational proposals of Fernando de Azevedo (1894-1974), occurred from the 1910s to the 1930s in their links with eugenic and hygienic ideas. Taking as object of analysis Azevedo’s texts of this period, we identify two moments. The first one in which he shares the idea that aesthetical, mental and moral changes can be induced by the educative process, a transformist concept, according to which physical exercises could alter undesirable individual or race’s characteristics. Such changes, able to be inherited, could lead to ethnic and moral regeneration of society. Later, education was thought to be selective, based on the criteria of biological right, assured by natural abilities, not inherited from individuals. It is a selective perspective that promotes those who are considered more capable. Such turning point of Azevedo’s proposals followed the debates among eugenic and hygienic defenders, so that if we understand it we can reflect about the selective school that characterized public institution in the twentieth century.
Keywords: Social regeneration, Biological right, Eugenics, Hygiene.
Resumo
Neste texto discutimos mudanças nas propostas educacionais de Fernando de Azevedo (1894-1974), entre as décadas de 1910 e 1930, em seus nexos com ideários eugenistas e higienistas. Tendo por objeto de análise textos de Azevedo desse período, identificamos dois momentos. Um primeiro em que partilha a concepção de que o processo educativo induziria modificações estética, mental e moral nos indivíduos; uma perspectiva transformista, em que exercícios físicos alterariam características indesejáveis dos indivíduos e, consequentemente, da raça. Tais mudanças, por serem transmissíveis, levariam à regeneração étnica e moral da sociedade. Em momento posterior, a educação deveria ser seletiva, tendo por critério o direito biológico, assegurado pelas aptidões naturais, não adquiridas dos indivíduos. Trata-se de uma perspectiva selecionista que promove os considerados mais capazes. Essa inflexão na proposta azevediana acompanhou os debates eugenistas e higienistas e compreendê-la nos permite refletir sobre a escola seletiva que marcou a instituição pública do século XX.
Palavras-chave: Regeneração social, Direito biológico, Eugenia, Higiene.
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